DESAFIOS E VITÓRIAS DAS MULHERES, EXEMPLOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.

O que diria hoje Betty Fridman, que lançou em 1963 nos EUA o movimento feminista, denunciando a opressão da mulher diante de uma sociedade totalmente machista e defendendo direitos femininos iguais aos do homem no mercado de trabalho?   Com certeza, ela, que foi tão combatida na época, ficaria orgulhosa com o desempenho da categoria, outrora considerada apenas sedutora e submissa à vontade masculina, sempre mais poderosa e autoritária por tradição.  
De alguns anos para cá, a própria mídia passou a ver a mulher sob outra ótica. Ao lado das poposudas, existem as que lutam pela transformação do mundo. Vejamos alguns exemplos.  Nos EUA, a democrata Hillary Clinton, sobrevivente de um dos maiores escândalos de traição de que alguém já foi vítima em todos os tempos, quase se elegeu presidente, dando a volta por cima na fama de mulher enganada pelo marido, Bill Clinton, então presidente da república, que acabou rendendo-se à coragem, determinação e talento da esposa que de “pobre coitada traída”, passou a  mito feminino e referência para mulheres do mundo inteiro.  A ex-candidata à vice-presidente na chapa republicana,  na época, governadora do Alaska, Sarah Palin, surgiu de repente no cenário político tomando conta até do espaço da cabeça de chapa, John McCain. Ela é que parecia estar disputando o maior cargo executivo americano, tamanha a garra e paixão com que se lançou na campanha eleitoral. Palin errou por não saber dosar o seu talento e força de persuasão. Tornou-se persona non grata na mídia americana por causa de suas gafes e demonstrações de intransigência política. Perdeu, mas renasceu das cinzas, pediu demissão do cargo de governadora, lançou um livro, é protagonista de um reality show, lançou uma corrente xíita republicana dentro do próprio partido, o Tea party, e já é considerada candidata em potencial à presidência dos EUA em 2012.Na Argentina, a morte súbita do ex-presidente Nestor Kirchner, deixou viúva a amiga, esposa e sucessora Cristina Kirchner, que mesmo em meio à dor pela perda do grande amor e conselheiro, manteve-se firme no compromisso com seu país e já está sendo apontada como a mais nova líder do peronismo, legado do marido, e possível candidata à reeleição.
No Brasil, Dilma Roussef, que começou devagar, discretamente, como candidata potencial de Lula à sua sucessão, acabou chegando ao palácio do Planalto, depois de muitos vendavais, campanhas sórdidas de alguns setores da mídia, sem contar os xingamentos e ofensas pessoais de seus opositores através da Internet sem limite.  Seus adversários tiveram que calar e engolir em seco o próprio veneno, pois o feitiço virou contra o feiticeiro. E estão tendo que conviver com “Dilma lá” e seus mais de 55 milhões de votos.

Mais uma vez, a mulher venceu preconceitos machistas e mostrou que é  capaz sim de ultrapassar os mais difíceis obstáculos quando se tem um objetivo maior.  Ela se impôs usando a experiência como ativista política,  que se entregou à luta - mesmo com risco de vida -  para  resgatar a democracia e a liberdade em seu país.
São muitos os exemplos de vitórias da luta da mulher em favor dos princípios de igualdade de direitos na sociedade moderna.  Mas apesar do inegável avanço, há ainda sociedades onde a mulher é tratada como um animal qualquer.  Refiro-me ao drama de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana condenada à morte. Os apelos por sua vida chegam do mundo inteiro, partindo de intelectuais e de organizações humanitárias.
Em julho deste ano, o presidente Lula falou com dirigentes iranianos e ofereceu o Brasil para dar abrigo diplomático à mulher. Em resposta, os iranianos disseram que Lula estava mal informado sobre o caso e negaram a oferta brasileira.
A ONG alemã contra os apedrejamentos no Irã acaba de informar que Sakineh está salva pelo menos nesta quarta-feira, pois já passou o horário de execuções naquele país e várias organizações internacionais de direitos humanos estão pressionando a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, para que faça um derradeiro apelo em favor de Sakineh.  Tomara que desta vez dê certo. 
Para todas as mulheres, famosas ou não, mas  igualmente batalhadoras, talentosas e vencedoras no que fazem, a nossa homenagem com uma música que representa bem o sucesso da categoria. Woman, de John Lennon.

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