Hoje o perfil das mulheres é muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as tarefas tradicionais: ser mãe, esposa e dona de casa.
Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente das mulheres. Ganhar seu próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de orgulho para todas.
Apesar da evolução da mulher dentro de uma atividade que era antes exclusivamente masculina, e apesar de ter adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este crescimento. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a mesma função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que recebem maisde vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Embora exista uma certa discriminação em relação ao trabalho feminino, elas estão conseguindo um espaço muito grande em áreas que antes era reduto masculino, e ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito grande. Apesar de ser de forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de mulheres que ganham mais
que o marido.
O grande desafio para as mulheres dessa geração, é tentar reverter o quadro da desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Pelo menos, elas já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser boas motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum homem. Já está mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da história.

MULHERES X HOMENS



No Brasil, as mulheres são mais da metade da população e já estudam mais que os homens, mas ainda têm menos chances de emprego, ganham menos do que o universo masculino trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos. Nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a distribuição de renda melhorou, mas a desigualdade entre homens e mulheres, ainda é muito significativa.
Embora ao longo das últimas décadas a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha deixado, aos poucos, de ser percebida como secundária ou intermitente, esta inserção é ainda marcada por diferenças de gênero e raça, conclui o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na última edição do estudo “Retratos das Desigualdades de Gênero e Raça”, produzido anualmente desde 2004. Isto é, quando se combinam desigualdades, as diferenças ficam ainda mais acentuadas.
“Além de estarem menos presentes do que os homens no mercado de trabalho, as mulheres ocupam espaços diferenciados e estão sobrerrepresentadas nos trabalhos precários”, diz estudo do Ipea. A trajetória feminina rumo ao mercado de trabalho não significou a redivisão das tarefas entre homens e mulheres, mesmo quando se tratam de atividades remuneradas.
Dados sobre a distribuição por setor de atividade apontam uma clara segmentação ocupacional, tanto relacionada ao gênero, quanto à raça. As mulheres – especialmente as negras – estão mais concentradas no setor de serviços sociais (aproximadamente 34% da mão de obra feminina), grupo que abarca serviços de cuidado em sentido amplo (educação, saúde, serviços sociais e domésticos). Já os homens, sobretudo os negros, estão sobrerrepresentados na construção civil. Em 2009, esse setor empregava quase 13% dos homens e menos de 1% das mulheres, indica o estudo do Ipea.

Salários:
O mais recente Censo Demográfico (2010) do País mostra que o rendimento médio mensal dos homens com Carteira Profissional assinada foi de R$ 1.392, ao passo que o das mulheres foi cerca de 30% abaixo disso, atingindo R$ 983. Esse quadro deixou o Brasil atrás de 79 países em um ranking de 146 nações elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), um dos indicadores complementares ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), colocou o País no ano passado na 80ª posição, atrás do Chile, Argentina, Peru, México, Venezuela e até dos árabes, como a Líbia, Líbano e Kuwait. Os melhores índices são da Suécia, dos Países Baixos e da Dinamarca. O cálculo do IDG considera, além do mercado de trabalho, indicadores como a saúde reprodutiva e capacitação.
Mas não é só o ranking do Pnud que mostra as diferenças. De acordo com o Global Gender Gap Index/2011 (Desigualdade Global de Gênero/20011), do World Economic Forum (WEF), o País aparece em 82º lugar numa lista de 135 nações. Na região, o Brasil só não é mais desigual que Bolívia, México, Ilhas Maldivas e Guatemala. O estudo avalia a diferença entre gêneros nas áreas de participação econômica e oportunidades, de educação, capacitação política e de saúde e sobrevivência.
A trajetória do Brasil tem sido de queda. Em 2006, ano da primeira edição do ranking da WEF, quando foram avaliados 115 países, o Brasil havia ficado no 67º lugar. O que mais tem puxado o País para baixo são as diferenças salariais e a distribuição por setor de atividade no mercado de trabalho, de acordo com os relatórios anuais do World Economic Forum.

Poder:
De acordo com o último relatório (2009/2010) do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, cujo tema-foco foi “Mulheres, Poder e Decisão”, as mulheres representam mais da metade da população e do eleitorado, tem maior nível de escolaridade, representa quase 50% da população economicamente ativa do País, mas não chegaram a 20% nos cargos de maior nível hierárquico no Parlamento, nos governos municipais e estaduais, nas secretarias do primeiro escalão do Poder Executivo, no Judiciário, nos sindicatos e até nas reitorias.
A proporção de mulheres dirigentes (4,4%) também é inferior à proporção de homens dirigentes (5,9%). Essa diferença de 1,5 pontos percentuais é a mesma desde o ano de 2003, de acordo com o mesmo estudo, elaborado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). “Quando essas proporções são analisadas regionalmente, percebe-se que as maiores disparidades da proporção de homens e mulheres dirigentes encontram-se nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste as proporções são mais próximas”, conclui o relatório.
Em 2010, nas eleições gerais, as mulheres ficaram com 12,9% das cadeiras nas Assembleias Legislativas, com 8,5% das vagas na Câmara dos Deputados e com 9,8% no Senado e 7,4% dos governadores. Mas o fenômeno não é apenas nacional. No mundo, apenas 35 países (19%) contam com mulheres no Parlamento, enquanto que outras 152 nações (81%) não têm sequer uma mulher em seus Parlamentos, de acordo com a União Interparlamentar (IPU).
O estudo da Secretaria de Políticas para as Mulheres avalia ainda que o problema da baixa participação de mulheres em espaços de poder tem relação estreita com o limitado acesso feminino à esfera pública. Mas, acrescenta o documento, essa não é a única explicação. Fatores culturais estão entre as principais causas dessa disparidade: a cultura de divisão sexual do trabalho, o não compartilhamento de tarefas domésticas e familiares e o preconceito de gênero, entre outros fatores.
No setor privado, o quadro não é muito diferente do que no setor público. Pesquisas tendem a confirmar essa proporção de 20% a 30% de mulheres nos postos de chefia. Levantamento feito em 2009 pela Catho Online com um total de 89.075 empresas apontou que as mulheres ocupavam apenas 21,4% dos cargos de chefia. Da mesma forma que em outras esferas – a sindical e os cargos de livre nomeação e exoneração do Poder Executivo, por exemplo, quando se analisam os diferentes cargos compreendidos no conceito de chefia, percebe-se, novamente, que quanto mais alto o cargo, menor o percentual de mulheres.

MULHERES NO TRABALHO: AINDA HÁ DISCRIMINAÇÃO?

Desde algumas décadas as mulheres têm lutado para ter os mesmos direitos sociais e laborais dos homens.
Ao longo dos tempos foram dadas oportunidades de vencer profissionalmente, e são cada vez mais as mulheres que ocupam cargos importantes.
No entanto, parece que a existência de igualdade de oportunidades pode-se tornar uma justificação para a pouca produtividade, em Portugal, ao contrário de outros países.
Assim como a pouca competitividade dos diferentes sectores também justifica.
Por cá, as mulheres são ainda discriminadas, uma vez que são dadas mais oportunidades de trabalho aos homens. Além disso, têm salários mais baixos, e as perspectivas de subirem profissionalmente são mais limitadas, mesmo quando ambos os gêneros têm as mesmas qualificações profissionais.
No entanto, Portugal registou um aumento de 57% do PIB quando as mulheres entraram no mercado de trabalho, do qual foram afastadas.
Embora o nosso país registe uma taxa elevada de participação feminina no mercado de trabalho, as mulheres ganham menos e têm, muitas vezes, trabalhos menos qualificados.
As diferenças no salário rondam os 10% e a tendência é que quanto mais alto for o cargo, maior é a diferença no salário, que chega aos 30%, favorecendo de forma óbvia o homem.
Outra questão prende-se também com o facto de as mulheres engravidarem. Por lei lhes é-lhes conferida a licença de parto, mas normalmente são rapidamente substituídas por homens, que não vão precisar dessas regalias. Ou assim se pensa.
Por fim, às mulheres ainda está intrínseca a ideia que as suas funções são limitadas às atividades domésticas e familiares, não lhes são dadas oportunidades profissionais.
Mas, até quando será assim?

MULHERES, TRABALHO E FAMÍLIA


A partir da década de 70 até os dias de hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Se em 1970 apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam, chega-se a 2007 com mais da metade delas ( 52,4%) em atividade.
No entanto, o trabalho das mulheres não depende tão somente da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre também de uma articulação complexa de características pessoais e familiares. A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar - como cônjuge, chefe de família etc -, à necessidade de prover ou complementar o sustento do lar , são fatores que estão sempre presentes nas decisões das mulheres de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho. Essa última decisão, certamente, é mais premente para as chefes de família, segmento que só tem aumentado: só nos últimos cinco anos analisados, a sua proporção na população residente passou de 25,5% para 33%.
Tradicionalmente, os efeitos da maternidade na vida profissional das mulheres eram evidenciados, até a década de 70, pela diminuição das taxas femininas de atividade a partir da idade de 25 anos, quando, presumivelmente, os filhos eram ainda pequenos.
A partir de meados dos anos 80, entretanto, uma reversão dessa tendência vem se consolidando, indicando que a atividade produtiva fora de casa tornou-se tão importante para as mulheres quanto a maternidade e o cuidado com os filhos. Em primeiro lugar, os efeitos da maternidade no trabalho feminino permanecem, mas foram bastante atenuados, uma vez que as taxas de atividade das mulheres com idade entre 25 e 29 anos passaram a se assemelhar - e até superar - àquelas das mulheres entre 20 e 24 anos. Na idade reprodutiva, 30 a 49 anos, o percentual de mulheres em atividade atinge o patamar de 73%, em 2007.
Ainda que a presença de crianças pequenas seja um limitador real da atividade feminina, outras variáveis podem vir a estimulá-la: a presença de serviços públicos e particulares de atenção à maternidade ( mais comuns em zonas urbanas), a necessidade econômica das famílias para fazer frente, seja ao desemprego de vários de seus membros, seja à renda domiciliar diminuída ou mesmo, ainda que em menor medida, a presença de um maior poder aquisitivo de um segmento de famílias o qual, mesmo na ausência daqueles serviços, propiciam às trabalhadoras o necessário suporte para a sua ausência do lar. É isso que os dados para 1998 parecem sinalizar e que fica ainda mais claro em 2007: neste último ano, a taxa de atividade das mulheres com filhos com idade até 2 anos (55,3%) apresenta-se apenas um pouco menor que aquela total ( 57%), embora ainda distante da taxa das mulheres com filhos maiores de 7 anos (72,5%), as quais, mais liberadas do cuidado com crianças pequenas, podem se dedicar mais integralmente ao trabalho.
Em segundo lugar, as mulheres têm permanecido no mercado de trabalho cada vez por mais tempo: se em 1970 apenas 19% e 15% das mulheres com idade entre 40 e 49 anos e 50 e 59 anos, respectivamente, estavam ativas, em 2007 as taxas de atividade nas mesmas faixas etárias eram, respectivamente, 70% e 53%.
Outro indicador , revelador desse movimento , é a crescente participação das cônjuges no mercado de trabalho: em um período de pouco menos de 30 anos ( 1980/2007) as suas taxas de atividade passaram de 20 para 58%, portanto, quase triplicando no período.
É possível afirmar, portanto, que, no âmbito da oferta de trabalhadoras, têm havido significativas mudanças. Restam, no entanto, algumas continuidades que dificultam a dedicação das mulheres ao trabalho ou fazem dela uma trabalhadora de segunda categoria. Em primeiro lugar, as mulheres seguem sendo as principais responsáveis pelas atividades domésticas e pelo cuidado com os filhos e demais familiares, o que representa uma sobrecarga para aquelas que também realizam atividades econômicas. Exemplificando concretamente essa sobrecarga, confronte-se a grande diferença existente entre a dedicação masculina e a feminina aos afazeres domésticos: os homens gastam nessas atividades, em média, 10,3 horas por semana e as mulheres, 26 horas.
Estando ou não no mercado, todas as mulheres são donas-de-casa e realizam tarefas que, mesmo sendo indispensáveis para a sobrevivência e o bem-estar de todos os indivíduos, são desvalorizadas e desconsideradas nas estatísticas, que as classifica como "inativas, cuidam de afazeres domésticos". No entanto, ao considerar o tempo total gasto em atividades produtivas e reprodutivas por homens e mulheres, é possível constatar que elas consomem , mais do que eles, horas de dedicação ao trabalho em geral- 65,4 horas elas, 57,7 eles, por semana, em 2007. A estreita relação entre atividades produtivas e reprodutivas também pode ser observada por meio do tempo semanal gasto em afazeres domésticos, por um e outro sexo, segundo sua condição de ocupação. Como os dados revelam, devido á disponibilidade de tempo, os desocupados e as desocupadas dedicam um número maior de horas aos afazeres domésticos do que os/as ocupados/as, nas duas datas examinadas, mantidas as grandes diferenças entre os sexos.

MULHERES NO BRASIL AINDA RECEBEM 30% A MENOS QUE HOMENS, DIZ MOVIMENTO FEMINISTA

Quando o assunto é trabalho digno para as mulheres, os movimentos feministas apontam os desafios para garantir a elas maior inserção e igualdade de direitos no mercado de trabalho. Entre as prioridades para alcançar tais metas estão o reconhecimento da condição reprodutiva das trabalhadoras, além de salários mais justos entre homens e mulheres, e suporte familiar para que elas, como trabalhadoras, possam desempenhar suas funções.
A três dias da data comemorativa ao trabalhador, Sônia Coelho, membro da SOF (Sempreviva Organização Feminina) e da MMM (Marcha Mundial de Mulheres) aponta que as mulheres ainda recebem 30% a menos que homens, isso desempenhando as mesmas funções no mercado de trabalho. Ela defende maior qualificação para as trabalhadoras e cobra dos governos suporte para que as mulheres possam ser incluídas no mercado formal de trabalho. “Os governos podem remover os obstáculos para que as mulheres tenham acesso ao trabalho digno. As creches são exemplo”, comenta.
Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados no ano passado, de 2001 e 2005, as mulheres passaram a ser responsáveis não só pelas crianças (no caso das mães), mas também pelos idosos, dando origem neste século a tripla jornada de trabalho. O levantamento revela ainda que a crescente participação feminina no mercado de trabalho não isentou as mulheres nem reduziu a jornada delas com os afazeres domésticos. A carga semanal delas supera a dos homens em quase cinco horas. 
O estudo também afirma que há desvantagem em relação às mulheres não apenas com as horas de trabalho, mas também com a dificuldade de conciliar suas atividades profissionais e familiares. A baixa oferta de aparato social como creches, dificulta ainda mais a participação delas em ambientes profissionais. 
As condições de trabalho para mulheres serão abordadas na audiência pública “MS pelo Trabalho Digno”, que acontece amanhã a partir das 13h30 na Assembléia Legislativa. O debate é de autoria do deputado Pedro Kemp (PT) e terá como convidados também representantes do MPT (Ministério Público do Trabalho), do governo do Estado, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CPT (Comissão Pastoral da Terra). 
Por: Josy Macedo, assessoria de imprensa dep. Pedro Kemp (PT)

EM UM MUNDO GOVERNADO POR HOMENS, MULHERES TRABALHAM MAIS

Homens que trabalham no Brasil gastam 9,5 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto as mulheres que trabalham, dedicam 22 horas semanais para o mesmo fim. Os dados são do relatório “Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um Olhar sobre as Unidades da Federação”, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quinta (19). Com isso, apesar da jornada semanal média das mulheres no mercado ser inferior a dos homens (36 contra 43,4 horas, em termos apenas da produção econômica), a jornada média semanal das mulheres alcança 58 horas e ultrapassa em mais de cinco horas a dos homens – 52,9 horas – somando com a jornada doméstica. Ou 20 horas a mais por mês. Ou dez dias por ano.
A análise foi feita com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, que mostra também que 90,7% das mulheres que estão no mercado de trabalho realizam atividades domésticas. Enquanto isso, entre nós homens, esse número cai para 49,7%.
“Evidencia-se, portanto, que a massiva incorporação das mulheres ao mercado de trabalho não vem sendo acompanhada de um satisfatório processo de redefinição das relações de gênero com relação à divisão sexual do trabalho, tanto no âmbito da vida privada, quanto no processo de formulação de políticas públicas”, diz o relatório.
A violência de gênero não é monopólio de determinada classe social e nível de escolaridade. E não se manifesta apenas através da porrada, mas possui mecanismos mais sutis. Como manté-las trabalhando mais e não reconhecer essa diferença. Pior, subverter o discurso em favor do homem.
Trabalho doméstico não é considerado trabalho, mas sim obrigação, muitas vezes relacionado a um gênero, que tem o dever de cuidar da casa. É sintomático, portanto, que apenas recentemente a Organização Internacional do Trabalho tenha conseguido que os países aprovassem direitos iguais para trabalhadores domésticos em relação ao restante da sociedade.
A questão da jornada tripla (trabalhadora, mãe e esposa) é apenas um elemento para corroborar o fato de que vivemos em uma sociedade com um pé no futuro e outro no passado. A qual todos nós pertencemos e, portanto, somos atores da perpetuação de suas bizarrices. Discutimos muito sobre as mudanças estruturais pelas quais o país tem que passar, citando saúde, educação, transporte, segurança, mas esquecemos dos problemas ligados a quem que sofre com o desrespeito aos seus direitos fundamentais. Que não conhecem classe social, cor ou idade. Como as mulheres que são maioria numérica – e minoria em direitos efetivados.
Mesmo em cargo de chefia, as mulheres têm que provar que são melhores do que os homens. Quando o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner morreu, houve gente que perguntou se Cristina teria capacidade de tocar o governo sem os conselhos dele na cama. Fino.
Temos uma mulher na Presidência. Simbolicamente relevante, politicamente insuficiente, não serve para justificar nenhuma mudança estrutural. São poucas as governadoras, prefeitas, senadoras, deputadas, vereadoras. Mas também CEOs, executivas, gerentes, síndicas de condomínios. Falta criar condições para que elas cheguem lá. Ou alguém acha que isso vai ocorrer por geração espontânea?
A Suprema Corte tem 11 assentos. Só dois deles pertencem a mulheres, infelizmente. Mulheres são maioria nas redações, mas não em cargos de alta chefia – muito menos entre os editorialistas, que redigem a opinião dos veículos de comunicação.
Diante de constatações vergonhosas, colocamos a culpa no processo de formação do Brasil, na herança do patriarcalismo português, nas imposições religiosas, no Jardim do Éden e por aí vai. É mais fácil atestar que somos frutos de algo, determinados pelo passado, do que tentar romper com uma inércia que mantém cidadãos de primeira classe (homens, ricos, brancos, heterossexuais) e segunda classe (mulheres, pobres, negras e índias, homossexuais etc).
É o que eu já disse aqui antes: todos nós, homens, somos sim inimigos até que sejamos devidamente educados para o contrário. E tendo em vista a formação que tivemos, é um longo caminho até alcançarmos um mínimo de decência para com o sexo oposto.
Por: Leonardo Sakamoto

CRESCE NÚMERO DE MULHERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Atualmente o rótulo de sexo frágil não cabe mais às mulheres. Nos dias de hoje o público feminino está atuando em todas as áreas da sociedade, inclusive em serviços pesados como a construção civil. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no período de 2007 a 2009 o número de mulheres trabalhando em todo o Brasil subiu 44,5% - impulsionando a economia do país. O setor que obteve maior crescimento no número de contratações do público feminino foi o da construção civil, que teve uma elevação de 32,65% na quantidade de mulheres trabalhando.
Na avaliação da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção (CBIC) o cenário reflete as conquistas das mulheres em uma área historicamente dominada pelo público masculino. Os anos vão se passando e as mulheres estão cada vez mais deixando de lado os trabalhos leves, como de cabeleireira, para construir casas e arranha-céus, atuando como pedreiras.
Na cidade de Salgueiro o público feminino também vem conseguindo um espaço antes apenas ocupado por homens. Com a chegada no município de grandes obras como a Transposição e Transnordestina, as donas de casa, empregadas domésticas, manicures e cabeleireiras, abandonaram seus antigos empregos para conquistar novos horizontes.
Hoje é possível ver uma mulher conduzindo veículos pesados nas obras federais em Salgueiro. Também se tornou comum, mulheres gerenciando grandes hotéis, ocupando cargos políticos e sob o comando de escolas públicas e particulares salgueirenses. Da mesma forma, nas eleições as mulheres são maioria e podem escolher sozinhas quem governará a cidade. Em número de habitantes a mulher também é a maioria em Salgueiro.
 Por: Valmir Andrade e A.Patriota

DESAFIOS E VITÓRIAS DAS MULHERES, EXEMPLOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.

O que diria hoje Betty Fridman, que lançou em 1963 nos EUA o movimento feminista, denunciando a opressão da mulher diante de uma sociedade totalmente machista e defendendo direitos femininos iguais aos do homem no mercado de trabalho?   Com certeza, ela, que foi tão combatida na época, ficaria orgulhosa com o desempenho da categoria, outrora considerada apenas sedutora e submissa à vontade masculina, sempre mais poderosa e autoritária por tradição.  
De alguns anos para cá, a própria mídia passou a ver a mulher sob outra ótica. Ao lado das poposudas, existem as que lutam pela transformação do mundo. Vejamos alguns exemplos.  Nos EUA, a democrata Hillary Clinton, sobrevivente de um dos maiores escândalos de traição de que alguém já foi vítima em todos os tempos, quase se elegeu presidente, dando a volta por cima na fama de mulher enganada pelo marido, Bill Clinton, então presidente da república, que acabou rendendo-se à coragem, determinação e talento da esposa que de “pobre coitada traída”, passou a  mito feminino e referência para mulheres do mundo inteiro.  A ex-candidata à vice-presidente na chapa republicana,  na época, governadora do Alaska, Sarah Palin, surgiu de repente no cenário político tomando conta até do espaço da cabeça de chapa, John McCain. Ela é que parecia estar disputando o maior cargo executivo americano, tamanha a garra e paixão com que se lançou na campanha eleitoral. Palin errou por não saber dosar o seu talento e força de persuasão. Tornou-se persona non grata na mídia americana por causa de suas gafes e demonstrações de intransigência política. Perdeu, mas renasceu das cinzas, pediu demissão do cargo de governadora, lançou um livro, é protagonista de um reality show, lançou uma corrente xíita republicana dentro do próprio partido, o Tea party, e já é considerada candidata em potencial à presidência dos EUA em 2012.Na Argentina, a morte súbita do ex-presidente Nestor Kirchner, deixou viúva a amiga, esposa e sucessora Cristina Kirchner, que mesmo em meio à dor pela perda do grande amor e conselheiro, manteve-se firme no compromisso com seu país e já está sendo apontada como a mais nova líder do peronismo, legado do marido, e possível candidata à reeleição.
No Brasil, Dilma Roussef, que começou devagar, discretamente, como candidata potencial de Lula à sua sucessão, acabou chegando ao palácio do Planalto, depois de muitos vendavais, campanhas sórdidas de alguns setores da mídia, sem contar os xingamentos e ofensas pessoais de seus opositores através da Internet sem limite.  Seus adversários tiveram que calar e engolir em seco o próprio veneno, pois o feitiço virou contra o feiticeiro. E estão tendo que conviver com “Dilma lá” e seus mais de 55 milhões de votos.

Mais uma vez, a mulher venceu preconceitos machistas e mostrou que é  capaz sim de ultrapassar os mais difíceis obstáculos quando se tem um objetivo maior.  Ela se impôs usando a experiência como ativista política,  que se entregou à luta - mesmo com risco de vida -  para  resgatar a democracia e a liberdade em seu país.
São muitos os exemplos de vitórias da luta da mulher em favor dos princípios de igualdade de direitos na sociedade moderna.  Mas apesar do inegável avanço, há ainda sociedades onde a mulher é tratada como um animal qualquer.  Refiro-me ao drama de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana condenada à morte. Os apelos por sua vida chegam do mundo inteiro, partindo de intelectuais e de organizações humanitárias.
Em julho deste ano, o presidente Lula falou com dirigentes iranianos e ofereceu o Brasil para dar abrigo diplomático à mulher. Em resposta, os iranianos disseram que Lula estava mal informado sobre o caso e negaram a oferta brasileira.
A ONG alemã contra os apedrejamentos no Irã acaba de informar que Sakineh está salva pelo menos nesta quarta-feira, pois já passou o horário de execuções naquele país e várias organizações internacionais de direitos humanos estão pressionando a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, para que faça um derradeiro apelo em favor de Sakineh.  Tomara que desta vez dê certo. 
Para todas as mulheres, famosas ou não, mas  igualmente batalhadoras, talentosas e vencedoras no que fazem, a nossa homenagem com uma música que representa bem o sucesso da categoria. Woman, de John Lennon.

HISTÓRICO DE LUTAS E CONQUISTAS DO MOVIMENTO NO BRASIL

A história do movimento feminista possui três grandes momentos. O primeiro foi motivado pelas reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho no fim do século 19. O segundo, no fim da década de 1960, foi marcado pela liberação sexual (impulsionada pelo aumento dos contraceptivos). Já o terceiro começou a ser construído no fim dos anos 70, com a luta de caráter sindical.
No Brasil, o movimento tomou forma entre o fim do século 18 e início do 19, quando as mulheres brasileiras começaram a se organizar e conquistar espaço na área da educação e do trabalho. Nísia Floresta (criadora da primeira escola para mulheres), Bertha Lutz e Jerônima Mesquita (ambas ativistas do voto feminino) são as expoentes do período.
As brasileiras obtiveram importantes conquistas nas primeiras décadas do século 19. Em 1907, eclode em São Paulo a greve das costureiras, ponto inicial para o movimento por uma jornada de trabalho de 8 horas.
Em 1917, o serviço público passa a admitir mulheres no quadro de funcionários. Dois anos depois, a Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho aprova a resolução de salário igual para trabalho igual.
Já a década de 30 foi marcada por avanços no campo político. Em 1932, as mulheres conquistam legalmente o direito ao voto, com o Código Eleitoral. Apesar da importância simbólica dessa conquista, à época, foram determinadas restrições para o exercício desse direito. Foi só com a Constituição de 1946 que o direito pleno ao voto foi concedido.
Mesmo assim, um ano após de conquistado o direito ao voto, em 1934, Carlota Pereira Queiróz torna-se a primeira deputada brasileira. Naquele mesmo ano, a Assembleia Constituinte assegurava o princípio de igualdade entre os sexos, o direito ao voto, a regulamentação do trabalho feminino e a equiparação salarial entre os gêneros.

Com a ditadura do Estado Novo, em 1937, o movimento feminista perde força. Só no fim da década seguinte volta a ganhar intensidade com a criação da Federação das Mulheres do Brasil e a consolidação da presença feminina nos movimentos políticos. Mas logo vem outro período ditatorial, a partir de 1964, e as ações do movimento arrefecem, só retornando na década de 70.
Um dos fatos mais emblemáticos daquela década foi a criação, em 1975 (Ano Internacional da Mulher), do Movimento Feminino pela Anistia. No mesmo ano a ONU, com apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), realiza uma semana de debates sobre a condição feminina. Ainda nos anos 70 é aprovada a lei do divórcio, uma antiga reivindicação do movimento.
Nos anos 80, as feministas embarcam na luta contra a violência às mulheres e pelo princípio de que os gêneros são diferentes, mas não desiguais. Em 1985 é criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), subordinada ao Ministério da Justiça, com objetivo de eliminar a discriminação e aumentar a participação feminina nas atividades políticas, econômicas e culturais.
O CNDM foi absorvido pela Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher, criada em 2002 e ainda ligada à Pasta da Justiça. No ano seguinte, a secretaria passa a ser vinculada à Presidência da República, com status ministerial, rebatizada de Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Evolução da mulher no século XX


BREVE HISTÓRIA DO MOVIMENTO FEMINISTA

Os movimentos das mulheres em prol do direito de trabalhar e receber igualmente aos homens começaram a ganhar destaque a partir da década de 1960, pois num período após a Segunda Guerra Mundial houve a necessidade de as mulheres entrarem no mercado de trabalho.
A partir dali o lugar de mulher não era mais em casa, era de extrema importância que a mulher trabalhasse para sustentar seus filhos, sendo assim ela começou a se tornar independente, chegando assim a lugares onde nunca alguma mulher havia chegado.
Neste mesmo período surgiu a pílula anticoncepcional dando ainda mais liberdade as mulheres saindo assim da monogamia e das relações matrimoniais. A partir de então muitas mulheres começaram a protestar em busca dos mesmos direitos dos homens.Coisa que já se passava entre as décadas de 1960 e 1970, esse movimento feminista se juntou a diversos outros movimentos. Devido aos protestos surgiram varias políticas de igualdade que visavam responder aos anseios criados na época. Instituições de defesa dos direitos das mulheres e outros órgãos de natureza governamental passaram a sensibilizar outras parcelas da sociedade com respeito a essa causa. Com isso, observamos que muitas bandeiras de luta passaram a ser prestigiadas pela aprovação de leis específicas.
A partir desse período o feminismo começa a perder força, pois, haviam obtido êxito em grande parte das solicitações, entretanto ainda há muita coisa a ser feita, as mulheres ainda não tem os mesmos direitos e deveres dos homens.

Por Rainer Gonçalves Sousa(Adaptado)

FEMINISMO, CONCEITO

 O feminismo é um movimento que tem origem no ano de 1848, na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque. Este movimento adquire cunho reivindicatório por ocasião das grandes revoluções. As conquistas da Revolução Francesa, que tinha como lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade, são reivindicadas pelas feministas porque elas acreditavam que os direitos sociais e políticos adquiridos a partir das revoluções deveriam se estender a elas enquanto cidadãs. Algumas conquistas podem ser registradas como conseqüência da participação da mulher nesta revolução, um exemplo é o divórcio.
No dia 18 de março, cuja data hoje é conhecida como o Dia Internacional da Mulher, mulheres de uma fábrica de tecidos situada na cidade de Nova Iorque, se juntaram para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento foi contido com muita violência e resulltou na morte de aproximadamente 130 mulheres que foram traçadas na fabrica e morreram carbonizadas.
Em uma conferência na Dinamarca, foi decretado esse dia para homenagear as mulheres. Esse decreto tem como principal objetivo, acabar com o preconceito com o sexo feminino e garantir os direito das mulheres perante a sociedade, mostrando que ela é capaz de ser cidadã e de ocupar seu devido lugar na sociedade.